Constipação intestinal e gestação são as principais condições que aumentam o risco e o desconforto causado pela doença, segundo especialista
Hemorroidas são muito comuns no Brasil, atingindo até 50% da população adulta em algum momento da vida, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia. A constipação intestinal e a gestação estão entre os principais fatores que favorecem o surgimento e o agravamento da doença, que causa dor, sangramento e incômodo na região anal. Apesar da frequência, o tema ainda é cercado por tabus, fazendo com que muitos pacientes sofram em silêncio.
“A hemorroida é a dilatação das veias do canal anal e pode prejudicar muito a qualidade de vida do paciente, causando dor, sangramento e coceira”, explica Aline Amaro, coloproctologista da Clínica Primazo. Segundo a médica, a constipação intestinal é um dos principais vilões. “Quando a evacuação fica difícil e exige esforço prolongado, a pressão nas veias do canal anal aumenta, podendo desencadear ou piorar as hemorroidas.”
No caso da gestação, as alterações hormonais e anatômicas da mulher agravam a situação. “O aumento do útero comprime os vasos abdominais e o intestino fica mais lento, dificultando o retorno venoso da pelve. Por isso, o risco de hemorroidas cresce especialmente no terceiro trimestre e no pós-parto”, afirma a especialista.
Apesar de muitas pessoas associarem o tratamento a procedimentos dolorosos e longos, a especialista destaca que a medicina avançou bastante. “Hoje, usamos técnicas minimamente invasivas, como o laser de CO₂ ou de diodo, que proporcionam menos dor, menor sangramento e recuperação rápida. A maioria dos pacientes recebe alta no mesmo dia e retoma a rotina em poucos dias.”
Além do tratamento, a prevenção é fundamental. “Alimentação rica em fibras, hidratação adequada, prática regular de exercícios e atenção aos sinais do corpo são essenciais para manter a saúde intestinal e evitar hemorroidas”, recomenda a coloproctologista. Na gestação, o acompanhamento médico é importante para garantir o equilíbrio intestinal.
A coloproctologista reforça que o problema vai além do aspecto físico e pode afetar a autoestima e o convívio social. “Quebrar o tabu e falar sobre o assunto é fundamental para que mais pessoas saibam que há solução eficaz e segura, e possam buscar ajuda sem vergonha.”

